Toma lá dá cá: Aécio ofereceu a Joesley a nomeação de uma diretoria da Vale
Terá a política do café com leite voltado? O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), ofereceu ao
empresário Joesley Batista a possibilidade de indicar um diretor da
Vale, a proposta foi feita na mesma
conversa em que o tucano pediu ao empresário R$ 2 milhões para pagar
honorário advocatício. O encontro, que ocorreu em 24 de março em São
Paulo, foi gravado pelo empresário, um dos donos do grupo JBS que
negocia delação premiada.
O novo trecho da conversa contraria a versão do senador de que sua
relação era estritamente pessoal com Joesley, e não envolvia qualquer
contrapartida. Os dois conversaram sobre a
Vale quando o emrpresário contou que gostaria que a companhia fosse
presidida por Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da
Petrobras.
Segundo um portal do Sudeste, Aécio tranquilizou o empresário,
dizendo que ele mesmo já havia indicado novo presidente da Vale e que o
nome do novo chefe da mineradora seria conhecido em breve. Na sequência,
afirmou que Joesley poderia nomear qualquer diretor. Três dias após a
conversa entre os dois, Fábio Schvartsman foi anunciado como novo
presidente da Vale.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, determinou o
afastamento de Aécio do mandato e a prisão de Andreia Neves, irmã e
braço-direito do senador. Autorizou ainda buscas e apreensões nas
residências do presidente do PSDB. Agentes federais estão no Congresso,
cumprindo mandados nos gabinetes de Aécio, do senador Zezé Perrella
(PSDB-MG) e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Rocha Loures foi flagrado
recebendo R$ 500 mil de Joesley para tratar de assuntos da JBS. Perrella
é pai de Gustavo Perrella, apontado como o dono da empresa que recebeu
os recursos destinados a Aécio. Um assessor do senador foi identificado
como a pessoa que transportou os valores.
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