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São João 2017: Samba de Coco e Lenine numa noite de muita emoção


A sexta-feira(23.06), na Praça da Bandeira, mostrou toda a diversidade da cultura nordestina. A força do coco nos pés dos grupos de Arcoverde e todo o talento de Lenine reforça a originalidade do formato da festa. O próprio Lenine ficou tão encantado que subiu ao palco antes da sua entrada para dançar. Conversando com o secretário de Turismo Albérico Pacheco, Lenine se disse admirado. "Eu disse se prepare porque Arcoverde é isso e muito mais", afirmou Albérico.

Primeiro cantaram juntos o Coco Trupé(do bairro São Miguel), o Coco Raízes(do Alto do Cruzeiro) e o das Irmãs Lopes(que nasceu no São Miguel e hoje é baseado na Cohab II). O Trupé iniciou fazendo uma homenagem à mulher cantando "Seu Grito", de Aurinha do Coco. Olindense, Aurinha cresceu ouvindo coquistas do bairro de Amaro Branco e, por 10 anos, integrou o grupo de Selma do Coco, como vocalista. Há 27 anos faz carreira solo e hoje é uma das coquistas mais prestigiadas de Pernambuco.

Em seguida, Mestre Cícero Gomes do Trupé cantou vários cocos e mostrou preocupação com a preservação do ritmo. "Dos grupos antigos só resta eu e mais três - Biu Neguinho, Severina Lopes e Ourinho, temos de ensinar nossa arte aos mais novos; mas Arcoverde vem nos dando espaço para reforçar nossa luta", afirmou Cícero que se mostrou contente com a nova área de shows no Alto do Cruzeiro - berço do Coco Raízes.

A grande atração da noite, Lenine, era todo expectativa. "Para mim é uma grande novidade tocar no São João, uma festa de tanto significado cultural, que tem tanta amplitude de expressão", afirmou. Aos 58 anos e com mais de 30 de carreira, Lenine tem dez discos lançados. Já teve suas canções gravadas por nomes como Elba Ramalho, Maria Bethânia, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, O Rappa, Zélia Duncan, entre tantos outros. 

Com o palco limpo, sem parafernália adcional - contando apenas com os músicos Bruno Giorgi(guitarrista), Guila(baixo) e Pantico Rocha(bateria) - Lenine fez um show emocionante em Arcoverde. A ideia foi homenagear Ary Lobo e Selma do Coco. "Ary era ou é tão importante quanto Jackson do Pandeiro e parece que as pessoas não sabem disso", disse Lenine. Ary cantava derivativos do baião, entre coco e rojões, Ary Lobo lançou vários sucessos nos anos 50 e 60 e gravou nove LPs na RCA. Já Selma do Coco, aos 82 anos, é uma coquista respeitada. Nasceu em Vitória de Santo Antão, aos 10 anos, mudou-se com a família para Recife, casou-se muito jovem, depois de ter dois filhos, ficou viúva.  Passou 15 anos no bairro da Mustardinha De lá foi morar em Olinda, onde vendia tapioca e para atrair os turistas e aumentar as vendas, cantava o coco enquanto trabalhava.

Lenine abriu o show com Jack Soul Brasileiro, depois cantou Hoje eu quero sair só, Relampiano, Rua de Passagem, Envergo mas não quebro, Sol & Chuva, Paciência, Tum tum tum, Vendedor de Caranguejo, Alzira e a Torre, Candeeiro Encantado, Pagode Russo e fechou com Leão do Norte. Quando cantou Paciência, o público cantou junto e Lenine se mostrou emocionado. "Muito obrigado por essa noite linda, vou levar ótimas memórias de Arcoverde", enfatizou Lenine.
(Foto: Amannda Oliveira)

 

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