Léo Pinheiro entrega a Sérgio Moro 'registros de encontros' com Lula
Pelo andar
da carruagem, os delatores estão mesmo afim de transformar as revelações em
puras verdades. O ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro – mais conhecido
no meio como Léo Pinheiro, entregou hoje à Justiça os "registros de encontros" com o
ex-presidente Lula, com o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e com o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A defesa de Léo Pinheiro afirmou que os
registros dos encontros estavam na agenda dos celulares do empreiteiro.
Um dos arquivos entregues por Léo Pinheiro tem 41 páginas. O documento
indica três reuniões no Instituto Lula: em 23 de fevereiro de 2012, em 27 de
julho de 2012 e 16 de abril de 2013. O material foi anexado à ação penal na
qual Léo Pinheiro e Lula são réus. Os documentos foram entregues com o objetivo
de corroborar o depoimento do empreiteiro. Ao juiz federal Sérgio Moro, o
executivo afirmou que o tríplex de Guarujá (SP) "era de Lula".
Relembrando: o ex-presidente é acusado pelo Ministério Público Federal
de receber R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões
de corrupção - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula
são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio do
tríplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá, e ao armazenamento de bens do
acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O petista é acusado
de lavagem de dinheiro e corrupção.
Uma das mensagens anexada por Léo Pinheiro é de 22 de fevereiro de 2014.
O empreiteiro conversa com a filha e escreve. "Voltando de SBC. Trânsito
horroroso no Ibirapuera. "Segundo a denúncia da Lava Jato, em fevereiro de
2014, Léo Pinheiro solicitou a Fábio Yonamine, então presidente da OAS Empreendimentos,
que o apartamento 164-A do Condomínio Solaris fosse preparado "com sua
limpeza e retoques na pintura" para a visita de Lula.
No dia da visita, afirma a força-tarefa da Lava Jato, Fábio Yonamine
encontrou Léo Pinheiro e ambos foram no mesmo carro para São Bernardo do Campo,
onde encontraram Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia – que morreu em
fevereiro de 2017. De lá, seguiram, todos, para o Condomínio Solaris, no Guarujá.
Em depoimento a Moro, Lula confirmou que esteve uma vez no tríplex, em fevereiro
de 2014. Na agenda de Léo Pinheiro, há a indicação de encontro com Fabio
Yonamine entre 1 e 2 de fevereiro - "Res. Dr. Léo - Após ir para o
Guarujá."
Em outra mensagem entregue à Justiça, um interlocutor diz a Léo Pinheiro
em 6 de junho de 2014. "Léo, amanhã vou pra o nosso tema para esvaziar o
lago para impermeabilizar. Eles, eu soube que vão estar lá para acompanhar a
despesca. Mas não tenho certeza. Se desejar, podemos combinar”. Segundo o
Portal da Transparência, um dos seguranças de Lula esteve em no sítio de
Atibaia entre 6 e 10 de junho.
O documento interno da OAS Empreendimentos, entregues por Léo Pinheiro, é intitulado "Análise de Custos de Obras", de outubro de 2014. O relatório trata de custos de construção de edifícios da OAS, entre eles o Solaris. Vamos ver agora em que vai dar tudo isso....
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