O futuro do São João: Conseguirá a "Lei da Zabumba" vencer o arrocha e o breganejo?
Em meio às
discussões sobre as mudanças que as festas juninas vêm tendo nos últimos 15
anos, um grupo de artistas prepara um projeto de lei que será levado ao
Congresso ainda este ano. A proposta, batizada de Lei Luiz Gonzaga, é de que
municípios e Estados que não priorizarem os artistas regionais no período
junino não recebam verba federal. Uma lei similar, chamada "Lei da
Zabumba", foi aprovada na Bahia em 2016, prevê que pelo menos 60% dos
recursos estaduais sejam usados com artistas locais. Pena que o efeito prático
tenha se revelado limitado.
De acordo com o Jornal A Tarde,
de Salvador, a Lei aprovada pela Assembleia Legislativa da Bahia que obriga o
poder público a gastar 60% das verbas com manifestações culturais enraizadas no
São João e o Carnaval, simplesmente deu “chabu” e não vingou. Segundo a
Associação dos Forrozeiros da Bahia, que tem 500 associados aptos a tocar o
forró pé de serra, mas só dez estariam em condições de atender às exigência
legais.
A lei vale
só para recursos aplicados diretamente pelo Estado, não se aplica aos convênios
com municípios, para onde vai o grosso da verba. Para pesquisadores culturais,
a lei é uma iniciativa válida, mas para vingar, de fato, os gestores terão que
organizar o São João com mais forró menos
“arrocha”, “breganejo” e “pseudo forró” proveniente do Sudeste. Só o futuro
dirá se a "Lei da Zabumba" vai conseguir afastar, de vez, esses
ritmos secundários da mais bonita festa do Nordeste....
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