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São João 2017: Chuva não impediu que Jorge de Atinho e Santanna dessem uma aula de forró




Em tempos bicudos - onde a cultura popular sofre sérios reveses, seja pela invasão de ritmos que não têm nada a ver com o período ou por puro desconhecimento do público jovem - Jorge de Altinho e Santanna deram, nesta segunda-feira(18.06), no palco principal da Praça da Bandeira, em Arcoverde, uma verdadeira aula de forró. Tanto um quanto o outro, desfiaram sucessos embaixo de uma chuva que teimava em não parar. O público reconheceu e não arredou pé: cantou junto e aplaudiu muito. A noite começou com os Amigos Sertanejos que mandou ver canções como Balada dos Amigos, Festa de Cowboy, Meu Anjo, Porre de Amor entre outras.

Jorge de Altinho, que na verdade nasceu em Olinda, começou mostrando a que veio e foi logo cantando Chamego Proibido, Devagar, Petrolina-Juazeiro, Linda, Fazenda Santo Antônio, Sou Feliz, Vivência, Não lhe solto mais, Nem Ligue, Viola viola, Amor Sincero, Lembranças, Foi bom te amar, Açúcar no Café, Na cama no chão, Vivendo Só, entre outras. Com uma banda azeitada, nos vocais e nos arranjos, Jorge não deixou ninguém parado, usando muito o naipe de metais, dosando com duas sanfonas, esbanjou swing e vitalidade. No meio do show abriu espaço para o resgate das marchinhas juninas com Deixa Clarear que foi gravada por Dominguinhos. Certamente, foi um dos melhores shows que a Praça da Bandeira presenciou.

E a noite ficou completa com a apresentação de Santanna, mais um representante legítimo de nossa música. Ele tornou-se cantor profissional há 25 anos. Na verdade o artista é cearense: nasceu em Juazeiro do Norte em 1960 pelas mão firmes da parteira Maria Baião. Sua obra tem uma forte influência do aboio do vaqueiro nordestina e dos emboladores. Não ficaram de fora do show em Arcoverde sucessos como Ana Maria, Tamborete de Forró, Doidim por Você, A Natureza Das Coisas, Parte da Minha Vida, entre outros. E Santanna sempre em seus shows faz a defesa da nossa cultura. “Penso que a festa junina, está perdendo a essência, aquilo que não tem alma não consegue sobreviver; se é para atender o público, traga na data de aniversário da cidade, no Natal - eles não têm compromisso com a nossa cultura. Não é pelo fato da música estar fazendo sucesso que ela é boa”, alertou Santanna.

Nota da redação: A opinião de Santanna explicitada na matéria é abrangente e, evidentemente, reflete o que vem ocorrendo há mais de dez anos nas maiores cidades do Nordeste, como Campina Grande e Caruaru. É claro que a tendência é que as cidades menores busquem copiar o formato por razões mercadológicas ou até de atrair mais turistas.
(Foto: Amannda Oliveira/Especial).






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