São João 2017: Alceu Valença mostrou "como se dança o baião"
Se o sábado(24.06) foi de muita
chuva na Praça da Bandeira, em Arcoverde, muita gente mas muita mesmo não se
incomodou e participou ativamente do show de Alceu Valença. Alternando insights
e empatia com a plateia, o maluco beleza de São Bento do Una mostrou que está
em forma. Ele abriu com “Baião” de Luiz Gonzaga como que para dizer ao que
veio. Emendou depois com “Vem Morena” e “Pagode Russo”, do arcoverdense João
Silva. Era o que todos esperavam: um começo com muito xote e baião, ritmos que
casam bem com o período junino. Ainda na primeira parte, Alceu atacou com “Papagaio
do Futuro”, uma embolada danado de boa. Depois encerrou o primeiro bloco com “Numa
sala de reboco”(Zé Marcolino), “Xote das Meninas”(Zé Dantas & Irmãos
Valle), “Girassol” e “Sabiá”(Zé Dantas).
Entre uma música e outra, Alceu
contou histórias que presenciou com Luiz Gonzaga. “Certa vez fui fazer um show
em Juazeiro do Norte sem saber que Gonzagão estava na plateia. No final da
apresentação o Rei do Baião foi na camarim e disse disse que tinha gostado, mas
disse também que eu tinha uma ‘banda de pífano elétrica’ - foi muito engraçado”,
disse Alceu. Criticou as músicas de duplo sentido que são cantadas pelas duplas
de breganejo. “O cara canta a ‘muriçoca soca soca’ e eu me pergunto que beleza
tem esse tipo de música”, detonou. Falou que a música nordestina é elegante e
boa e que na Europa dão muito valor. “Certa vez ganhei um prêmio na Ucrânia,
quase ninguém sabe mas na Europa acontecem quase 30 festivais de forró”,
afirmou. Também lembrou quando vinha a Arcoverde ainda criança visitar um tio
médico que se chamava Dr. Paiva que tinha uma clínica onde hoje fica a Vila de
Jefferson, por trás do Cinema Bandeirante.
O show continuou com “Coração
Bobo”, “Pelas ruas que andei”, “Pisa na Fulô”(João do Vale), “Como dois animais”,
“Solidão”, “Lua Bonita”(Zé Martins e Zé do Norte), “Táxi Lunar”. Nesse momento
chamou todas as mulheres a fazer uma viagem à Lua. A parte final do show ficou reservada
para “Belle de Jour”, “Anunciação” e “Morena Tropicana”. Enfim, foi uma noite
de muita interação com o público. Um encontro com um mestre da nossa música.
Essa sim, pode ser chamada, de fato, de “sertaneja”.
(Foto: Maria do Carmo Carvalho/Especial).
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