O futuro a Deus pertence: Destino de Lula pode estar nas mãos de desembargadores gaúchos
A sentença do juiz federal Sérgio Moro, que
sentenciou Lula a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção e
lavagem de dinheiro no caso do
tríplex do Guarujá, é apenas a ponta do iceberg. Agora, todas as
atenções se voltam, evidentemente, para o Tribunal Regional Federal da 4ª
Região, no Rio Grande do Sul, onde são julgados os recursos dos réus de Curitiba.
Vale lembrar que, no dia 27 de junho, o TRF4 derrubou uma sentença de Moro e
livrou de uma pena de prisão de quinze anos e quatro meses o ex-tesoureiro do
Partido dos Trabalhadores João Vaccari Neto, acusado de corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e associação criminosa. Lula deverá ter o mesmo percurso: tentará
sensibilizar o Tribunal a proferir sentença semelhante à de Vaccari que foi inocentado
por conta de provas “insuficientes” e “baseadas apenas em delações premiadas”.
Fala-se nos Pampas que o livramento de Vaccari pode ser considerado um “aborto”,
porque acredita-se que os membros do TRF4(sediado em Porto Alegre) são muito rígidos.
A caneta
pesada dos magistrados gaúchos espera por Lula também como ingrediente eleitoral.
Caso a sentença seja confirmada no TRF4, ele ficará inelegível por conta da lei
da Ficha Limpa, e será impedido de disputar as eleições de 2018. Os advogados
do ex-presidente preferem não tocar no assunto, mas já se preparam para o pior
desfecho diante do histórico da corte, com prognóstico até mesmo de aumento de
pena. Até o final de abril deste ano, a 8ª Turma já havia analisado
365 pedidos de habeas corpus relacionados à Lava Jato, feitos com o
objetivo de permitir que os réus respondam aos processos em liberdade. Apenas
quatro foram concedidos. A mesma tendência se verifica nos pedidos de
absolvição – vinte e três foram analisadas no mesmo período, e somente cinco,
incluindo a de Vaccari, foram favoráveis aos réus. Em pelo menos 16 casos, em
vez de absolver, os desembargadores aumentaram as penas, a exemplo do caso de
Renato Duque. O resultado representa o fim da linha para os réus da Lava Jato.
Desde o ano passado, o Supremo Tribunal Federal prevê que a condenação em
segunda instância já é suficiente para colocá-los na prisão, mesmo quando ainda
existe possibilidade de recursos.
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