Vereadores discordam dos detalhes que teriam originado crise na Fundação Altino Ventura de Arcoverde e assunto tem muito que render
Como era da se esperar a sessão, da última segunda-feira(05.11), da Câmara de Vereadores de Arcoverde teve como mote principal o eventual fechamento da unidade da Altino Ventura na cidade. Até agora, pelo menos oficialmente, a Diretoria da FAV(no Recife) não se pronunciou sobre o assunto. Há rumores, no entanto, que funcionários já teriam recebido “avisos prévios”, outros afastados e até, segundo fontes, uma funcionária grávida teria sido demitida.
Rumores à parte, o fato de que, ainda em 2011, a Câmara aprovou a doação de um terreno(ao lado do Men Sana/São Miguel), que o ex-deputado Eduíno Brito havia conseguido emenda no valor de R$ 50 mil e que, dois anos depois, a sociedade de Arcoverde e autoridades iniciaram campanha para buscar uma saída para o impasse. “O estranho é que, até agora, a FAV não tenha informado a real situação mesmo sabendo que centenas de pessoas ficarão desassistidas, a população quer uma explicação”, afirmou a vereadora Cybele Roa.
“Há seis anos a Folha de Pernambuco, na edição de 23 de janeiro de 2013, já falava que a FAV de Arcoverde poderia fechar; a gestão municipal se mobilizou com entidades da cidade, a prefeita Madalena Brito na época marcou encontro com outros prefeitos para tratar do assunto”, lembrou Célia Galindo adiantou ainda que manteve contato com o governador Paulo Câmara e o deputado estadual Waldemar Borges. “Todos estão imbuídos de buscar uma solução por mais essa crise da FAV em Arcoverde”, garantiu Célia.
A vereadora Luiza Margarida disse que esteve na FAV e soube que a crise na entidade não se resume à unidade de Arcoverde. “De acordo com o Departamento de Projetos Especiais da FAV, apenas duas cidades – Jaboatão e Serra Talhada – estão conseguindo se manter por ter sustentação própria, no caso de Serra os exames são feitos anualmente”, disse Luiza.
“Poucas pessoas sabem mas, em 2013, a FAV de Arcoverde por pouco não se transferiu para Garanhuns, mas Madalena Brito conversou com a direção e conseguiu manter a unidade. Hoje o custo operacional da FAV em Arcoverde gira em torno de R$ 40 mil; os recursos federais chegam com atraso de um ano e quando chegam são rateados com outras entidades”, disse Luíza. Quanto ao terreno doado, Luiza esclarece que pode ter havido um equívoco nos trâmites, pois a área em questão pertence à Fundação Terra e hoje serve como estacionamento. “Inclusive, pelo que levantei junto À FAV, na época funcionários da entidade vieram do Recife com toda documentação e projeto prontos, mas ao chegar no cartório da cidade foram informados que não podiam registrar o mesmo”, disse Luiza.
“O que se discute aqui é o que foi feito até agora? A Prefeitura tem se engajado, doamos o terreno mas a verdade é que a Altino Ventura não moveu uma palha. Vejam o caso de Caruaru: lá a Altino Ventura era responsável pelo Hospital Mestre Vitalino e devolveu, acredito, por não dar lucro. No caso de Serra Talhada, o prefeito Luciano Duque(do PT) conseguiu que o governo do Estado arcasse com parte das despesas da FAV”, afirmou Célia.
Para a vereadora Cleriane Medeiros tem de haver engajamento dos movimentos em defesa da FAV. “É uma entidade que, há dez anos, presta relevantes serviços na área oftalmológica, atendendo aqui pacientes vindos de mais de 20 cidades próximas, por tabela toda essa movimentação incrementa a economia local. Essa é uma luta de Arcoverde e de todos os municípios vizinhos”, assegurou Cleriane.
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