Destrinchando a notícia: Empresa que realizou congresso de vereadores em Maceió é a mesma envolvida num esquema de desvio de mais 1 milhão de reais em recursos públicos no RGN
A maioria dos sites de Arcoverde costumam veicular notícias mas, não procuram(ou não sabem) "destrinchar" uma notícia. Nenhum internauta é obrigado a ler verdadeiros "tratados" e, ao final, ficar sem entender nada. Então vamos aos fatos.
De acordo com o teor de Inquérito Policial(IP), revelado por uma TV web local, a empresa que realizou um congresso de vereadores, há quatro meses em Maceió e que teve a participação de parlamentares e servidores da Casa James Pacheco(Arcoverde), é a mesma que elaborou evento similar na cidade de Parnamirim(Região Metropolitana de Natal).
Na ocasião, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte detectou um esquema de desvio de mais 1 milhão de reais em recursos públicos disfarçados de "congresso e curso de capacitação" em conluio com 18 vereadores de Parnamirim pois os mesmos comprovaram participação no evento.
Para se ter idéia do "conhecimento" de um vereador de Parnamirm quanto a um desses congressos, o parlamentar disse a um site daquela cidade que tinha ido ao evento "buscar esclarecimentos" sobre sua Declaração de Renda. Só que o prazo de entrega de informações à Receita Federal se encerrou no dia 30 de Abril e o tal congresso aconteceu no final de Maio.
No caso de Arcoverde, ainda de acordo com dados do IP da Décima-Nona Seccional da Polícia Civil de Pernambuco, o 37° Congresso Municipalista do Brasil, em Maceió, teve um alto valor de inscrição - nada menos do que R$ 700 por pessoa; sendo esse valor desproporcional ao reconhecimento nacional dos palestrantes e das diárias dos vereadores de Arcoverde(R$ 1.968,00). A investigação apurou ainda os altos gastos em diárias no mesmo congresso com as mesmas características nos anos de 2017 e 2018.
Outro fato grave é quanto a presença ou não de vereadores em Maceió nas datas do evento. A ata de participação só foi entregue 14 dias depois da solicitação. Ausências foram detectadas porque é possível notar assinaturas dos que "faltaram", como se de fato estivessem presentes no congresso.
Um dos vereadores citados, em um dos dias do congresso em Maceió, estava de verdade em uma agência bancária de Arcoverde - o que foi comprovado por câmeras do circuito interno.
Mas tem mais. Ainda de acordo com o teor do inquérito, preocupados com a repercussão negativa nas mídias sociais, parlamentares teriam se mobilizado para ir, de fato, ao tal congresso como forma de justificar os gastos públicos.
Pórem, aqui, cometeram outra irregularidade que fere o princípio da improbidade administrativa. Utilizaram um veículo da própria Câmara de Vereadores, sendo o mesmo flagrado(através de câmeras existentes no trajeto) indo e voltando de Alagoas.
Em resumo: As investigações, que continuam na esfera Judicial estando apenas na primeira fase do processo, já configuram, ainda que em tese, crime de peculato, lavagem ou ocultação de bens e também organização criminosa.
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