Exclusivo/Quebrando o silêncio: Dois meses depois do episódio Israel Rúbis, Célia Galindo fala sobre família, perseguição e respeito ao Poder Legislativo
Numa sessão de plateia mediana, a presidente da Casa James Pacheco, Célia Galindo, ocupou a tribuna, na última segunda-feira, dia 11 de novembro, para romper o silêncio sobre os desdobramentos quanto a remoção do delegado Israel Rúbis da Seccional de Arcoverde.
Célia iniciou falando da perseguição que membros da familia sofreram, notadamente do caso de um filho que foi detido. Isso, segundo a parlamentar, após uma carta-anônima ser endereçada às autoridades.
"Meu filho foi colocado no camburão sem direito de se vestir, horas depois até as chaves das algemas se perderam; na hora da prisão(5 da manhã) tinha uma pessoa por perto que talvez tenha sido o autor da carta anônima, ela até passou na frente da Delegacia sorrindo. Enfim, infelizmente, a tal carta anônima prevaleceu", revelou Célia.
"Na verdade, o meu filho foi detido porque tinha em casa uma espingarda velha (Winchester 44) que pertenceu ao avô - arma essa que é permitida por Lei; não procedia portanto que ele fosse integrante de qualquer grupo criminoso - mesmo assim meu filho ficou 107 dias preso. Mas nós nunca perdemos a fé na sua inocência", afirmou Célia.
A presidente disse temer pela vida dos filhos. "Por duas vezes vimos carros suspeitos perto do meu apartamento, não temo por mim mas por meus filhos que é o que tenho de mais precioso", alertou Célia.
Quanto as manifestações contrárias, ocorridas em sessões anteriores, Célia foi enfática. "Alguém teve uma frustração eleitoral terrivel no passado, tudo bem. Mas não se pode usar isso hoje para jogar o Poder Legislativo na sujeira", disse Célia adiantando ter informações que uma das manifestantes teria recebido uma cesta básica para participar do protesto.
A parlamentar falou também de sua trajetória. "Quando entrei na política tinha uma situação econômica sólida - tinha casa, prédios em Arcoverde, chácara e apartamento em Recife. Hoje, por irresponsabilidade minha, tenho apenas a casa dos meus filhos. Não fiquei rica com a política, entrei na politica para servir", explicou. A parlamentar disse que, em 33 anos de vida publica, não tem uma mácula sequer.
Sem citar diretamente o delegado Israel Rúbis, Célia disse que o caso não é afeito à Câmara. "A transferência de servidores é algo inerente aos órgãos de origem, foi um ato administrativo da Secretaria de Defesa Social; não cabe portanto acusação de que nós, vereadores, teríamos ingerência no caso", rechaçou Célia.
A presidente falou também do congresso de Maceió. "É normal um vereador solicitar à presidência pedido para participar desses eventos; sem falar que o valor das diárias é o mesmo que era praticado em 2009. Naquela época os vereadores também viajavam e recebiam as mesmas diárias de hoje. Digo mais: mexam comigo, mas não mexam com meus colegas", adiantou Célia - afirmando que não houve farra nem desvio de recursos. "Quiseram atingir o Poder Legislativo, mas não conseguiram", avaliou Célia.
Outro ponto citado an passant e também sem citar nomes foi o cenário político municipal e a sucessão. "Não acho que seja um bom caminho alguém querer se passar de vítima no intuito de eventualmente postular uma candidatura, o povo não vai ser ludibriado, nem a Câmara não vai se curvar. Para se fazer política tem de se ter decência, caráter e senso de Justiça. Aqui não vai cair ninguém do céu como caiu em algumas cidades", disse Célia.
"Hoje temos um grupo - forte e coeso - que certamente vai buscar um nome à altura para dar continuidade as ações da atual gestão. Quem ama Arcoverde de verdade vai ficar ao lado de quem trabalha e tem respeito pelo seu povo", complementou Célia.
A presidente encerrou citando o Salmo 30:5: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã". Após as palavras de Célia nenhum parlamentar usou a tribuna para opinar sobre os assuntos tratados.
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