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Exclusivo: Dona-de-casa prestes a completar 111 anos é admirada pela comunidade do São Geraldo

Exclusivo: Dona-de-casa prestes a completar 111 anos é admirada pela comunidade do São Geraldo

Quando ela nasceu o povoado de Olho D'Água dos Bredos, atual Arcoverde, não passava de mero ponto de passagem de tropeiros e mascates. Seis dias antes o Cometa Halley passava fulgurante no céu e também nascia a escritora brasileira Patrícia Galvão. O Cine Rio Branco só seria inaugurado sete anos depois, assim como o mundo via a eclosão da Revolução Russa. Dona Maria tinha dezoitos anos quando terminou a Primeira Guerra Mundial.

Prestes a completar em junho 111 anos, Maria de Torres mora no bairro São Geraldo na companhia da filha - Maria Luiza Tavares, mais conhecida por Bibi. "Mamãe nasceu no distrito de Ipojuca, o pai se chamava Vovô Neco e a mãe Firmina da Conceição. Passamos muitas dificuldades. Mamãe cuidava da casa, das galinhas e fazia tarefas na agricultura. Já papai - Pedro Tavares - era mascate, trazia queijos e frutas da Paraíba", conta Luiza.

A família só veio mesmo para cidade em janeiro de 1971, morando primeiro numa casinha na Rua Marcílio Dias(também no São Geraldo). "Além do trabalho em casa, mamãe lavava 'roupa de ganho' e chegou a trabalhar de doméstica na casa de um parente; penso que ela sempre foi despreendida quanto a isso, só queria ajudar no orçamento", diz a filha.

Hoje a centenária Maria está cega e tem dificuldades para ouvir e para se locomover. "Pereciso me desdobrar para cuidar de mamãe e ainda mantenho uma cuidadora porque preciso sair para trabalhar, o esforço vale a pena - nunca a deixaria numa casa de repouso, mamãe me amamentou até os seis anos, me educou, me fez gente, me ensinou a ter amor pelas pessoas. Portanto, cuidarei dela até o fim", disse emocionada a filha que trabalha de atendente no Centro do Idoso.

Enquanto descansa numa cadeira da sala, Maria murmura frases desconexas, sempre tendo ao colo um boneco que lembra um personagem de Chaves. "As vezes ela lembra das festas do Comércio, da feira na Rua Barbosa Lima e de um lugar chamado Garapa - distrito de Monteiro(PB) - onde passou a adolescência catando mamona e algodão na companhia de uma irmã que se chamava Nova", conta Luzia. Em 2011 Dona Maria sofreu uma queda em casa e quebrou a clavícula. "Mamãe precisa de muitos cuidados, vou tentar agendar um geriatra para ela e cadastrá-la para que seja atendida também pela equipe da UBSF do São Geraldo", explica a filha.

Maria teve 13 filhos, desses 6 morreram. "Dos que restaram, ficou 5 mulheres e um homem; a maioria mora fora e tem suas ocupações, mamãe tem muitos netos, bisnetos e tataranetos aqui em Arcoverde mas quase ninguém vem vê-la, não estou criticando - as pessoas são livres para agir de acordo com sua consciência", argumenta Luzia.

Um comentário:

  1. Sou bisneta dela e a informação que ela está cega não procede. Tem dificuldade sim de ouvir e locomover.

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