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Urso Branco e A Burra comprovam acerto unilateral de se apostar na semana pré-carnavalesca

Independente de coloração partidária ou formato de festa, o Carnaval de Arcoverde vem combalido desde o final dos anos 80. Cidades vizinhas, como Pesqueira e Buíque, reinventaram suas folias; além de ter crescido também a mania de alguns arcoverdenses de viajarem ao Litoral no período. As alegações fecham com a máxima de que o São João é a "festa de Arcoverde", assim como o FIG é para Garanhuns.

Mais o que vale é mostrar como cresceram, nos últimos anos, os blocos que saem na semana pré-carnavalesca em Arcoverde. Os quatro maiores são(não exatamente nessa ordem) o Urso Branco, A Burra, Da Ladeira e do Gagau. Cada um deles sai às ruas com a sua especificidade. Saem sem uma programação específica, acompanhados de pequenas orquestras e carros-de-som, o improviso e a irreverência dão um brilho todo especial a elas. Digamos ter sido, até agora, um acerto unilateral dos seus organizadores.

O Urso Branco, do Alto Cardeal, saí especificamente da casa de Paulo Cursino, filho do saudoso comerciante José Geraldo e Dona Expedita. "Aqui em casa sempre gostamos do Carnaval raiz - com brincadeiras e frevo de orquestra e samba; na verdade começamos, em 2012, num pequeno grupo fazendo feijoadas e sorteios, hoje o Urso Branco é essa potência, adultos e crianças adoram", comemora Paulo.

Quem também ajuda no bloco é Suely(esposa de Paulo). "Acho que o charme do bloco é a tranquilidade com que as pessoas brincam, não fazemos distinção quanto a ideologia de ninguém ou de grupos políticos, todo mundo brinca livremente, hoje o Urso Branco é de Arcoverde", comenta Suely.

Bem mais antigo, A Burra, da Rua dos Mascates, vem se reinventando. Nos tempos áureos, a festa transcorria em três ou quatro longos dias, com direito a palco, barracas de comidas típicas. "Na edição deste ano, por falta de recursos e outros aspectos estruturais, fizemos apenas no domingo com som mecânico e cortejo; mas saímos na raça e mantivemos nossa tradição", diz o fundador Benjamim que também é dono do bar Madeira de Lei. Neste ano a Burra transmutou e ofereceu rap, reggae, rock, baião, xote e poesia. "Pode acontecer o que houver, eu nunca vou abandonar a minha burrinha, gosto de ver pessoas descoladas, inteligentes - essa é a matéria-prima da Burra, ela nem liga para assuntos secundários", diz o jornalista Marcos Assumpção.

O bloco da Ladeira, do restaurante do mesmo nome no centro da cidade, tem crescido nos últimos anos atraindo turistas e gente da classe média alta. O Ladeira tem uma das melhores cozinhas de Arcoverde.

Já o bloco do Gagau, formado por um grupo de amigos que quer dar uma alternativa à criançada, saí do pátio da Radio Agnus Dei(antiga Rádio Cardeal) e arrasta centenas de crianças atraídas por malabaristas, pernas de pau e palhaços.

Enfim, essas prévias revigoraram a alma dos nossos foliões. Mas levamos em conta a máxima de Marcelo Camelo(do Los Hermanos): "Todo Carnaval tem seu fim". É claro.....

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