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Loja Maçônica Barão do Rio Branco é parte da história de Arcoverde




Pouca gente sabe, mas a Loja Maçônica Barão do Rio Branco, em Arcoverde, é uma das mais importantes do Brasil. Confira um pouco dessa história:

Durante o Estado Novo, de Getúlio Vargas, “loja” ficou fechada por nove anos, mas mesmo assim maçons da cidade realizavam sessões secretas nas residências

Fundada e instalada em Arcoverde, há 81 anos, a Loja Maçônica Barão do Rio Branco, localizada na Av. Capitão Arlindo Pacheco, pode ser definida como uma associação iniciática e filosófica que também realiza ações filantrópicas voltadas para apoio ao “irmão” que necessite de amparo. A exemplo de outras “lojas”, normalmente, poucos ficam sabendo das benfeitorias praticadas pelos maçons de Arcoverde. Os membros pregam os princípios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade e ainda o aperfeiçoamento intelectual. A Barão do Rio Branco é verdadeiramente parte importante da história de Arcoverde.

De acordo com o contabilista e atual venerável José Marcondes Bezerra, a Barão do Rio Branco tem 38 membros que se reúnem todas as quintas-feiras, às 20 horas. A “loja” segue o Rito Escocês Antigo e Aceito - ambos ligados a passagens do Antigo Testamento. Historiadores argumentam que alguns dos ritos descritos já eram praticados por outras ordens na França, Alemanha e na Escócia. O rito é composto de três graus simbólicos e trinta filosóficos. 

“Atuamos em muitas frentes. Por exemplo, no quesito filantropia, ajudamos uma creche no São Cristovão e ainda damos apoio a uma escolhinha de futebol, no mesmo bairro, formada principalmente por garotos das periferias. Periodicamente, e em datas especiais como Dia das Mães e Dia de Natal, realizamos feiras de mercadorias – também chamado de ‘bazar’, cuja arrecadação é voltada para entidades de assistência social, abrigos e asilos”, afirma Marcondes.

As atividades da Loja Maçônica Barão do Rio Branco tiveram início no dia 18 de março de 1933, funcionando num chalé(cedido pelo Irmão Luiz Coelho Alves) que já abrigou uma escola de arte, ao lado do Cine Rio Branco, onde hoje funciona um restaurante, no final da Av. Antônio Japiassú. O primeiro venerável da “loja” foi Dr. Getúlio César. Dois anos depois foi construído prédio próprio na rua Cardeal Arcoverde/Centro. De 1948 à 1970, a “loja” teve vários endereços - ruas do Livramento, Zeferino Galvão, Cleto Campelo, Largo 13 de Maio e José Lins de Siqueira Brito.

Um fato interessante liga a Barão do Rio Branco à história política do Brasil. Com o golpe de Estado, instituído, em novembro de 1937, pelo ditador Getúlio Vargas, foi decretado o “fechamento” das lojas maçônicas em todo território nacional. Mas a “loja” de Arcoverde só veio a fechar em 15 de dezembro de 1938. De acordo com a ata deste dia foi registrado o desligamento da “loja” do Grande Oriente e Supremo Conselho do Brasil. O inusitado e interessante é que, de 1938 a 1946, os verdadeiros maçons de Arcoverde continuaram a realizar sessões secretas em suas residências.

Vale lembrar que três maçons foram prefeitos de Arcoverde: Dr. Luiz Coelho Alves, Odête Vital de Oliveira e Murilo de Oliveira Lira. Maçons ilustres foram vereadores, entre os quais, Júlio Pacheco Freire, Leonel Lira, João Gonçalves de Lima, Jonas de Silva Moraes e Egerton Verçosa do Amaral(o Beto da Oara, que também já foi vice-prefeito). Atualmente o vereador Luciano Pacheco é membro da Loja Maçônica Luz do Sertão.

A Luz do Sertão(que também segue o Rito Escocês), fundada há 32 anos, fica na Rua das Acácias, no bairro São Cristovão e tem como venerável o ortopedista Eduardo Henrique Wanderley. A “loja” tem 42 membros. A exemplo da Barão do Rio Branco, a Loja Luz do Sertão realiza trabalhos similares de filantropia voltados para entidades assistências sediadas em Arcoverde. 
 

Dado final importante: existem no mundo aproximadamente 6 milhões de maçons espalhados pelos cinco continentes. No Brasil são aproximadamente 150 mil maçons regulares e 4 700 “lojas”.




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