Arcoverde sedia Encontro Estadual de Educação e Jovens
Segue até a proxima sexta-feira(09.06), no Auditório da Aesa, em Arcoverde, o Décimo Sétimo Encontro Estadual de Educação e Jovens - EJA e também o Décimo Sétimo Encontro Regional da EJA do Sertão do Moxotó/Ipanema. O tema central é a EJA na atual conjuntura política, econômica e social; desafios, resistência e ressignificação.
Na solenidade de abertura, a mesa que comandou os trabalhos foi formada pelo advogado e professor Alberto de Freitas, professora Joseílda Grinauria(Toritama), José da Silva(Petrolina), Reginaldo Amorim(diretor da GRE Sertão do Moxotó/Arcoverde), Patrícia Padilha(Secretária de Educação de Arcoverde), Cleriane Medeiros(vereadora por Arcoverde) e Cintia Gonçalves(Recife).
Patrícia Padilha lembrou que sua primeira função, quando ingressou no quadro de servidores educacionais do Estado, foi justamente como professora voltado para alunos EJA. "São alunos batalhadores, esforçados; sempre dei valor a luta de se estar na sala de aula ajudando a quem realmente quer aprender", afirmou Patrícia. Já a vereadora Cleriane Medeiros ressaltou a importância do encontro. "É salutar ouvir as ideias de todos que vem hoje aqui em Arcoverde, hoje nossa cidade é referência estadual em educação, vamos avançar mais com formação e capacitações", disse a parlamentar.
A primeira palestrante, no entanto, foi a professora Anair Silva Lins e Melo, da equipe da Gerência de Políticas Educacionais de Jovens, Adultos e Idosos (GEJAI), órgão da Secretaria Estadual de Educação. Ela partiu da citação de Cláudia Mendes de Abreu- "Pensar a EJA como espaço de acolhimento e valorização das diferenças é essencial para uma educação, de fato, transformadora". Segundo Anair, de acordo com o Relatório Global Sobre Aprendizagem de Educação e Adultos, 75% dos países relataram ter melhorado significativamente suas políticas na área de aprendizagem e educação de adultos desde 2009.
"70% deles promulgaram novas políticas. A grande maioria dos países (85%) declarou que sua principal prioridade política foi a alfabetização e as habilidades básicas. Ainda há cerca de 758 milhões de adultos, incluindo 115 milhões de pessoas com idades entre 15 e 24 anos, que não são capazes de ler ou escrever uma simples frase. A desigualdade de gênero é outra grande preocupação. A maioria dos excluídos da escola são meninas: 9,7% das meninas de todo o mundo estão fora da escola, comparado a 8,3% dos meninos. Da mesma forma, a maioria (63%) dos adultos com baixas habilidades de alfabetização é formada por mulheres", pontuou Anair. A professora pediu que a plateia levantasse a mão para identificar quem era servidor municipal em suas respectivas cidades. Ficou constatado que a maioria era professor municipal. "O alerta que faço é que - se a maioria da participação no Fórum EJA de Pernambuco for de servidores da rede municipal esse fórum corre o risco de morrer", afirmou Anair.
Outro palestrante foi o professor Odair França que atua no Campus da UPE, em Petrolina, e é especialista
na Educação de Adultos
em prisões, atuando principalmente nos seguintes temas: Gestão
Escolar(Secretaria de Educação, Direção Escolar e Coordenação
Pedagógica, Coordenação de Curso de Pedagogia e Coordenação de Pesquisa e
Extensão) e Educação em espaços não escolares. "Muito da minha
experiência foi tirada das salas de aula nas prisões, não deixa de ser
um desafio - afinal há quem diga que as prisões são os novos lixões do
Capitalismo; não é por aí, acreditamos sim no poder transformador da
Educação", afirmou Odair.
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