Luciano Pacheco abre debate em torno do episódio envolvendo Fábio Assunção
Este espaço, antes de tudo, é uma tribuna aberta aos debates. Sendo assim veiculamos a opinião do renomado advogado criminalista Luciano Pacheco sobre o recente episódio envolvendo o ator Fábio Assunção em Arcoverde. Confira:
A prisão de Fábio Assunção era um ato necessário?
Por Luciano Pacheco
O São João
de Arcoverde foi palco da polêmica envolvendo o ator Fábio Assunção. A pergunta
que não quer calar é se sua prisão era necessária.
O objetivo
desta matéria não é achar culpados para o ato, pois seria necessário uma grande
discussão jurídica com conhecimento dos fatos por inteiro. O que se pretende é
pontuar o episódio que foi a maior repercussão do período junino nacionalmente.
Tal fato roubou a cena.
A prefeita
Madalena caprichou no São João de Arcoverde, trazendo uma grade de atrações
satisfatória, garantindo segurança, ornamentação em grande estilo e um grande
público todas sempre no período noturno. A polícia tem cumprido um papel
importante na segurança do povo durante as festividades. Mas a manchete foi a
prisão de Fábio Assunção.
Entendemos que esse fato poderia
ter sido evitado por várias razões. A medida de prender o ator, algemá-lo e
jogá-lo do xadrez teria que ter sido antecedido de algum crime que ele tivesse
cometido. Qual crime ele cometeu para ser preso? Dentre os delitos a ele
atribuídos (desacato, resistência e dano) o mais grave é o dano, e esse
supostamente só ocorreu em decorrência de sua prisão. Não houve dano e depois a
prisão. A prisão antecedeu ao dano. O dano sendo provocado poderá excluir o
crime.
Não se tem notícia do ator ter
agredido ninguém, pelo contrário, tem vídeos com ele sendo gravemente agredido
por populares. Agredir alguém totalmente embriagado e sem chances de defesa foi
o crime que vi ser praticado.
Como Fábio é um grande ator
global criou-se toda a polêmica. Na verdade vejo que houve uma grande injustiça
com ele, pois tinha acabado de subir ao palco principal para exibir o
documentário para milhares de pessoas onde retrata a história do samba de coco,
hoje um dos maiores patrimônios culturais de Arcoverde. O ator procurou ajudar
Arcoverde com tal trabalho, além de apoiar a divulgação da caminhada do forró e
a campanha para ajudar pessoas portadoras de câncer, cuja iniciativa nasceu de
um grupo de Arcoverde (EU TOPO AJUDAR).
Muita coisa
poderia ter sido feita para evitar a prisão, como por exemplo, o povo ajudar ao
invés de agredir alguém embriagado e indefeso. Depois não poderia prender sem
crime prévio. Desacato e resistência não se pode atribuir a uma pessoa
totalmente embriagada que a nada fisicamente podia resistir. Quanto ao crime de
dano, se esse dano foi provocado, também não se pode atribuir uma conduta
dolosa. O fato é que o ator Fabio Assunção poderia ter sido levado para sua
residência e entregue aos seus familiares. A falta de sorte foi que o ator
estava desacompanhado de amigos e familiares. Se tivesse algum destes o fato
não teria ocorrido.
Fábio
Assunção tem um histórico de ser uma pessoa simples e caridosa, inclusive
participando de campanhas beneficentes. Sua embriaguez é algo comum a quem
bebe. As consequências foram desproporcionais a simples embriaguez dele.
Se alguém
pretender ampliar a conversa no âmbito jurídico estarei pronto para o debate.
Fica aqui minha
solidariedade ao ator Fabio Assunção.
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