São João 2017: Dorgival Dantas, Wagner Carvalho e Nanara do Santa Dose foram o drink certo para uma noite perfeita
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A penúltima noite(27.06) do São
João 2017, em Arcoverde, na Praça da Bandeira, foi mesmo de arrasar quarteirão.
O espaço começou a ficar lotado já nas primeiras horas da note e o trabalho foi
grande nos pontos de acesso - próximo ao Bar dos Motoqueiros no Senadinho e
Restaurante Joy Temakeria na Rua de Lazer - onde a Polícia Militar fazia a
triagem do público. O tempo ajudou: a chuva deu uma trégua e o resultado não
poderia ter sido melhor.
Quem primeiro se apresentou foi André
Lins. Nascido no Recife, ele está na estrada há oito anos e concilia dança e artes cênicas. “Busco valorizar a riqueza da cultura pernambucana esse é
minha fonte de inspiração, tudo que vejo revisito
mas deixando intacta a cultura da nossa terra”, afirma André. Em
seu CD e DVD intitulados de “Forró de Mermo”(sendo o DVD gravado na Sala de
Reboco no Recife) em deste ano, André Lins apresenta uma extensa pesquisa musical As influências que
norteiam seu trabalho vêm de Luiz Gonzaga, da delicadeza do verso de
Dominguinhos, e a poética de Xico Bezerra, entre outros.
Centenas de pessoas viram em seguida
um show competente e vibrante do arcoverdense Wagner Carvalho, com muito
pé-de-serra trazendo na bagagem músicas autorais dos seus cinco CDs e mais clássicos
de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Ele abriu com composição própria – “Ingrata”,
passou por “Não creio em mais nada”(Paulo Sérgio), “Minha carência”(Flávio
José), “Meu Arcoverde Querido”, “Sanfona da Alegria” e “Tatuagem que não sai”.
No segundo bloco, apresentou um
medley com sucessos de Flávio José e emendou com um bloco trazendo o autêntico
arrasta-pé. Começou com “O sanfoneiro só tocava isso”( Maninho / Manoel Góes /
Priminho / Tonico) tema da novela Eta mundo bom, passou por “Aquela sanfona
branca”(Benito Di Paula) e “Pedras que cantam”(Fagner). Além de agitar
positivamente o público, Wagner contou com uma banda muito afinada composta por
Ciro(sanfona), (Vandelson(bateria), André(zabumba), Golbery(guitarra),
Borge(baixo), Paula(vocal), Vicente(vocal); além do naipe de metais - Danilo(trompete),
Daniberg(sax) e Eduardo(trombone de vara).
A segunda atração da noite foi a
Santa Dose trazendo à frente a também arcoverdense Nanara Belo que cantou de
tudo um pouco - do forró estilizado ao funk carioca. Nanara, mostrando que está
em forma, vestia um short top rosa e calçava uma bota que ia até aos joelhos.
Abriu com “Eu amo por nós dois”, “Aqui pro meu ex”, “Bubum de metralhadora”, “Uísque
12” e “Perdeu playboy”, “Vai Descendo”(MC Troinha), “Você partiu meu coração”(Nego
do Borel), “Acordando o prédio”(Luan Santana), “Vai dar pt”, ”Beijinho no ombro”,
“Tá tranquilo tá favorável”, “Baile de Favela”, “Vodka ou água de coco”(Naldo),
“Ponto G” e “Rap da Felicidade”. Nanara e os músicos da banda mostraram
vitalidade ao transformarem o palco em baile funk com direito a “trenzinho” e
passos coreografados. “É uma alegria estar em Arcoverde, afinal já morei aqui;
no São João cantamos em mais de 30 cidades, mas aqui é diferente, é muito mais
gostoso”, afirmou Nanara. A mãe de Nanara, Cilene Belo, diz que a filha tem a
música no sangue. “Afinal o pai Naná Cavalcanti é músico e eu já fui cantora
também”, enfatiza Cilene.
Quem fechou a noite com chave de
ouro foi o forrozeiro norte rio-grandense Dorgival Dantas, trazendo uma potente
sanfona Roland vermelha. Chamou atenção pela banda reduzida: o filho no backing
vocal, um sanfoneiro, um baixo e uma guitarra. Abriu com “Coração”, “Me dá um
beijo”, “Você não vale nada”, “Não vou mais chorar”, “Paixão Errada” e “Amor
Covarde”. Depois cantou músicas de Flávio José, Falamansa e Luiz Gonzaga - como
“A Morte do Vaqueiro(Tengo lengo tengo)”, “Vida de Viajante” e “Destá(autoral).
Em seguida, Dorgival levantou o público ao relembrar sucessos como “Pagode
Russo”, “ Quero chá”, “Na emenda”, “Nem se despediu de mim”, “Olha pro céu”, “São
João na roça”, “Riacho do Navio”, “Forró no escuro” e “Isso aqui tá bom demais”.
Até os roqueiros românticos foram contemplados: Dorgival cantou “Ana Júlia”,
célebre sucesso da banda Los Hermanos. Depois fechou o show repetindo “Destá”.
Dorgival tem 46 anos e toca desde
os 14, influenciado pelo pai, Cícero
Dantas, que também era sanfoneiro. A trajetória
artística de Dorgival Dantas começou através de suas pérolas musicais cantadas
por outros artistas como Bruno e Marrone, Alexandre Pires, Tchê Garotos, Frank Aguiar, Michel Teló, Aviões do Forró, entre
outros. Em
2006 lança “O Homem do Coração”, com destaque para os sucessos “Eu não vou mais
chorar” e “Porque”. Em 2007, veio “Primeiro Passo”, com direito a turnê por
todo o país. Em 2011 o álbum duplo “Quanto Custa”, que traz os sucessos
“Declaração” e “Coração Teimoso”. Em 2012, mais um álbum, “Sanfona e Voz”,
emplacando as faixas “KKK” e “Acabou na Lama”.
De lá
para cá, deixou seus créditos também em novelas da Rede Globo: “Barriguinha”(Malhação)
gravada pelo Aviões do Forró; a consagrada "Você Não Vale Nada", hit
de Norminha(Dira Paes) de Caminho das Índias, nas vozes da banda Calcinha
Preta; “Pode Chorar”, trilha sonora de
"Araguaia" e “Amor Covarde”, de "Fina Estampa", ambas nas
vozes da dupla Jorge e Mateus.
(Foto: Maria do Carmo Carvalho/Especial para este site)
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